Somente após passado um tempo é que podemos concluir certas coisas. Então, vamos lá:
– Você já tem seu supermercado preferido e já não fica tão perdido no meio das seções, mas de vez em quando ainda fica com preguiça de ler um rótulo de um produto novo e acaba levando algo diferente do que imaginava.
– Se tiver carro, você já se acostumou a parar na placa de Arrêt, mas se veio de Brasília, ainda não se acostumou com o fato de que as pessoas aqui no Québec não param na faixa de pedestre.
– Se conheceu o inverno, caiu no gelo pelo menos 2 vezes e sabe que chão brilhante significa perigo. Já sai sem a calça segunda pele numa boa quando a temperatura está acima dos -10° e até usa os casacos de outono quando faz -5°.
– Ainda acha estranho quando alguém te dá bonjour à noite.
– Já tem várias coisinhas eletrônicas que facilitam as tarefas de casa no dia-a-dia (aguarde post especial sobre o assunto) e não sabe como viveu até aqui sem eles.
– Quaaaase se esquece de que viveu num país violento um dia e fica totalmente distraído no sinal vermelho. Sequer olha pra trás para ver se tem alguém te seguindo quando caminha na rua. Esquece a bolsa no carrinho de compras e vira as costas pra procurar algo na prateleira. Eu já esqueci a chave na porta de casa 3 vezes e, na última vez, alguém bateu na porta para avisar. Tudo isso não tem preço. Aliás, tem sim : passar por todo o sacrifício que é a imigração e viver longe daqueles que você ama.
– Se assusta quando olha algum site com preços em reais, depois de se acostumar com o fato de que quase tudo aqui é muito acessível. Inclusive já nem se preocupa mais quanto custa o dólar, a não ser que tenha investimento no Brasil.
– Sua tecla SAP já funciona com mais facilidade e às vezes você se pega falando algo sem nem pensar à respeito.
– Esquece palavras em português, abrasileirando o francês. “Feriado” vira “congé” e “senhora” vira “madame”.
– Já conhece de cor todas as musiquinhas da Météo Média e já tem sua rádio preferida. Até ri das piadinhas, quando consegue entender, o que se tornou bem frequente.
– A saudade aumenta a mais a cada dia e tem que usar e-mail, skype, telefone, orkut e o diabo a quatro para se manter próximo daqueles que gosta, mas mesmo assim ainda não é suficiente. Com o tempo, também percebe que algumas pessoas parecem se esquecer de que você existe e isso é bem triste.
– Se acostuma com o ritmo lento e burocrático dos quebecas e sabe que tem que marcar encontro (rendez-vous) pra tudo, inclusive para falar com a madame que administra o prédio.
– Acompanha as liquidações do mercado através dos encartes, porém, deixa de conjugar o verbo comprar com tanta frequência, como fez até os 3 primeiros meses.
– Vai deixando de atualizar o blog com tanta frequência, pois a preguiça bate total rs rs.
E aqui seguimos nós caminhando, porque é pra frente que se anda rs rs.
Post legal, fiquei curioso pelas maravilhas eletronicas… hehehehehehe boa sorte nesse novo ano que se iniciará para voces!!!
nem chegamos aí ainda, mas achamos tudo muito bem descrito! 😉
bonne chance à vous!!!
heheheh, curti super o bom humor dessa parte 2!!! gostei de saber que a gente se acostuma fácil ao frio extremo a ponto de achar muito tranquilo os -10.
🙂
quanto às pessoas… acho que o desligamento já acontece quando ainda estamos no brasil, sabe? não dá pra negar que a presença faz falta e, pra algumas pessoas, estar perto é realmente estar fisicamente perto. assim sendo…
a gente toca pra frente!
bisous
p
olá, tudo bem?
acho que esse foi o melhor post que já li de todos os blogs relacionados ao Quebec…rs. adorei!
muito obrigada.
à bientôt!
Realmente amiga…
Tem coisas excelentes…que quase nao tem preco.
Mas o preco que pagamos é realmente alto para ter um pouco de sossego e vida tranquila….
Mas vamos em frente…que atrás vem gente 🙂
Sucesso para todos nós!