Continuando com o balanço

6 03 2010

Somente após passado um tempo é que podemos concluir certas coisas. Então, vamos lá:

– Você já tem seu supermercado preferido e já não fica tão perdido no meio das seções, mas de vez em quando ainda fica com preguiça de ler um rótulo de um produto novo e acaba levando algo diferente do que imaginava.
– Se tiver carro, você já se acostumou a parar na placa de Arrêt, mas se veio de Brasília, ainda não se acostumou com o fato de que as pessoas aqui no Québec não param na faixa de pedestre.
– Se conheceu o inverno, caiu no gelo pelo menos 2 vezes e sabe que chão brilhante significa perigo. Já sai sem a calça segunda pele numa boa quando a temperatura está acima dos -10° e até usa os casacos de outono quando faz -5°.
– Ainda acha estranho quando alguém te dá bonjour à noite.
– Já tem várias coisinhas eletrônicas que facilitam as tarefas de casa no dia-a-dia (aguarde post especial sobre o assunto) e não sabe como viveu até aqui sem eles.
– Quaaaase se esquece de que viveu num país violento um dia e fica totalmente distraído no sinal vermelho. Sequer olha pra trás para ver se tem alguém te seguindo quando caminha na rua. Esquece a bolsa no carrinho de compras e vira as costas pra procurar algo na prateleira. Eu já esqueci a chave na porta de casa 3 vezes e, na última vez, alguém bateu na porta para avisar. Tudo isso não tem preço. Aliás, tem sim : passar por todo o sacrifício que é a imigração e viver longe daqueles que você ama.
– Se assusta quando olha algum site com preços em reais, depois de se acostumar com o fato de que quase tudo aqui é muito acessível. Inclusive já nem se preocupa mais quanto custa o dólar, a não ser que tenha investimento no Brasil.
– Sua tecla SAP já funciona com mais facilidade e às vezes você se pega falando algo sem nem pensar à respeito.
– Esquece palavras em português, abrasileirando o francês. “Feriado” vira “congé” e “senhora” vira “madame”.
– Já conhece de cor todas as musiquinhas da Météo Média e já tem sua rádio preferida. Até ri das piadinhas, quando consegue entender, o que se tornou bem frequente.
– A saudade aumenta a mais a cada dia e tem que usar e-mail, skype, telefone, orkut e o diabo a quatro para se manter próximo daqueles que gosta, mas mesmo assim ainda não é suficiente. Com o tempo, também percebe que algumas pessoas parecem se esquecer de que você existe e isso é bem triste.
– Se acostuma com o ritmo lento e burocrático dos quebecas e sabe que tem que marcar encontro (rendez-vous) pra tudo, inclusive para falar com a madame que administra o prédio.
– Acompanha as liquidações do mercado através dos encartes, porém, deixa de conjugar o verbo comprar com tanta frequência, como fez até os 3 primeiros meses.
– Vai deixando de atualizar o blog com tanta frequência, pois a preguiça bate total rs rs.

E aqui seguimos nós caminhando, porque é pra frente que se anda rs rs.


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5 responses

6 03 2010
José Almeida

Post legal, fiquei curioso pelas maravilhas eletronicas… hehehehehehe boa sorte nesse novo ano que se iniciará para voces!!!

6 03 2010
Gabriel e Ste

nem chegamos aí ainda, mas achamos tudo muito bem descrito! 😉
bonne chance à vous!!!

6 03 2010
P

heheheh, curti super o bom humor dessa parte 2!!! gostei de saber que a gente se acostuma fácil ao frio extremo a ponto de achar muito tranquilo os -10.
🙂

quanto às pessoas… acho que o desligamento já acontece quando ainda estamos no brasil, sabe? não dá pra negar que a presença faz falta e, pra algumas pessoas, estar perto é realmente estar fisicamente perto. assim sendo…

a gente toca pra frente!

bisous
p

7 03 2010
iah (e nando)

olá, tudo bem?
acho que esse foi o melhor post que já li de todos os blogs relacionados ao Quebec…rs. adorei!
muito obrigada.
à bientôt!

18 03 2010
marcia

Realmente amiga…
Tem coisas excelentes…que quase nao tem preco.
Mas o preco que pagamos é realmente alto para ter um pouco de sossego e vida tranquila….
Mas vamos em frente…que atrás vem gente 🙂
Sucesso para todos nós!

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